Jorge Larrosa Tecnologias do Eu e Educação
A Héctor Salinas, fraternalmente
A obsessão constante de Foucault é o tema do duplo. Mas o duplo nunca é uma projeção do interior, é, ao contrário, uma interiorização do lado de fora (Deleuze, 1991, p.l 05).
ste não é um trabalho de arqueologia dos saberes pedagógicos nem de genealogia da escola. Tampouco é um trabalho de historiador, de psicólogo, de filósofo ou de sociólogo da educação. Talvez possa designar-se como um trabalho de "teoria", se por isso entendemos um gênero de pensamento e de escrita que pretende questionar e reorientar as formas dominantes de pensar e de escrever em um campo determinado. A etiqueta "teoria" tem designado, às vezes, trabalhos de difícil atribuição disciplinar que tentam enriquecer ou modificar os aparatos conceituais de um campo, através da recontextualização das idéias formuladas em outro local e para outras finalidades. O que ocorreu com a psicanálise, o marxismo ou o estruturalismo nos últimos anos, quando foram utilizados como idéias novas e plenas de possibilidade em quase todos os campos do saber ou quando sua utilização redesenhou as relações disciplinares estabelecidas, pode ser um bom exemplo. "Teoria", nesses casos, é algo assim como reorganizar uma biblioteca, colocar alguns textos junto a outros, com os quais não têm aparentemente nada a ver, e produzir, assim, um novo efeito de sentido. Freud, Marx, Saussure ou, neste caso, Foucault, são selecionados porque "dão o que pensar", porque permitem "pensar de outro modo", explorar novos sentidos, ensaiar novas metáforas. Em geral, esses exercícios de pensamento e de escrita supõem um duplo jogo. Por isso podem permitir, às vezes, um duplo benefício, mas implicam, ao mesmo tempo, um duplo risco. E ocorre que se joga às vezes com dois baralhos: com o baralho da estratégia analítica, aqui a obra de Foucault, e com o baralho das convenções, dos interesses e das [p. 36] possibilidades de um campo de estudo, a educação, neste caso. Este é um trabalho de "teoria da educação", se com isso designamos um exercício menor que consiste em colocar alguns livros de Foucault ao lado das formas convencionais de pensar algumas práticas educativas e ensaiar a possível fecundidade de tal associação. Embora para isso tenhamos que fazer alguma violência tanto a E
Foucault quanto ao objeto "empírico" que, em suas descrições usuais, se toma como material de trabalho. Mas esse é o duplo risco que sempre implica esse tipo de jogo. Vou jogar o segundo baralho, o da educação, de um modo ao mesmo tempo muito geral e muito específico. Muito geral, porque não estabelecerei nenhum corte temporal nem geográfico, nem farei nenhuma delimitação com respeito ao "setor" educativo tomado como objeto de análise. A única coisa que farei será estabelecer um viés em relação ao tipo de práticas pedagógicas que irei considerar. Em geral, considerarei aquelas nas quais se produz ou se transforma a experiência que as pessoas têm de si mesmas. Meu trabalho tenta oferecer ferramentas teóricas para "pensar de outro modo" relações pedagógicas aparentemente tão díspares quanto as que se dão em uma aula de educação moral, em uma aula de educação de adultos, em uma aula universitária de Filosofia da Educação, na elaboração de um trabalho de "pesquisa sobre a prática" em um curso universitário de Mestrado e, por que não?, em um grupo de terapia, nas reuniões de um grupo político ou religioso, em uma conversa entre um pai e um filho, um educador de rua e um de seus "meninos", etc. A única condição é que sejam práticas pedagógicas, nas quais o importante não é que se aprenda algo "exterior", um corpo de conhecimentos, mas que se elabore ou reelabore alguma forma de relação reflexiva do "educando" consigo mesmo. Minha tese a esse respeito é de que a forma básica dessas práticas, o que é comum a todas elas, é algo muito simples. Se deixamos de lado o conteúdo concreto de cada uma delas, os objetivos particulares em cada caso (em termos de Bernstein, o "quê" da transmissão), e nos fixamos apenas na forma do dispositivo (no "como" da pedagogia), a similaridade é surpreendente. Mas, por outro lado, minha aproximação tentará também ser muito específica. Tentarei oferecer o arcabouço para algumas descrições relativamente minuciosas das distintas modalidades nas quais esse dispositivo geral pode se realizar. Porque, embora a similitude estrutural seja notável, a diversidade das realizações possíveis é quase infinita. Trata-se, pois, de mostrar a lógica geral dos dispositivos pedagógicos que constroem e medeiam a relação do sujeito consigo mesmo, como se fosse uma gramática suscetível de múltiplas realizações. No que diz respeito ao primeiro baralho, o da estratégia analítica foucaultiana, meu jogo será também, ao mesmo tempo, muito geral e muito específico. Tentarei, em primeiro lugar, elaborar a partir dessa obra um enfoque teórico que permita reconsiderar o que me parecem duas inércias fortemente encasteladas no campo pedagógico. A primeira é sua forte dependência de um modo de pensamento antropológico ou, [p.37] o que á a mesma coisa, da crença arraigada de que é uma "idéia de homem" e um projeto de "realização humana" o que fundamenta a compreensão da idéia de educação e o planejamento das práticas educativas. A segunda ocultação da própria pedagogia como uma operação constitutiva, isto é, como produtora de pessoas, e a crença arraigada de que as práticas educativas são meras "mediadoras", onde se dispõem os "recursos" para o "desenvolvimento" dos indivíduos. Estamos lidando com inércias, nas quais o papel produtivo da pedagogia na fabricação ativa dos indivíduos - neste caso, dos indivíduos enquanto dotados de uma certa experiência de si - fica sistematicamente elidido. A leitura que farei de Foucault, portanto, é uma leitura bastante simplificada do Foucault
antropólogo ou, melhor dito, do Foucault que pode ser colocado em relação com a antropologia. O Foucault que tentarei colocar em relação com as práticas pedagógicas nas quais se constrói e modifica a experiência que os indivíduos têm de si mesmos é o que trabalhou numa "antologia histórica de nós mesmos", justamente através do estudo dos mecanismos que "transformam os seres humanos em sujeitos". É nesse sentido que se pode utilizar a obra de Foucault para questionar as inércias teóricas das quais falava antes: não porque implique uma teoria diferente do que é a pessoa humana como sujeito, como capaz de certas relações reflexivas sobre si mesma, mas porque mostra como a pessoa humana se fabrica no interior de certos aparatos (pedagógicos, terapêuticos,...) de subjetivação. A dimensão mais geral da educação que este trabalho pretende reconsiderar tem a ver com a antropologia da educação, isto é, com as teorias e práticas pedagógicas enquanto produtoras de pessoas. O jogo mais geral com a obra de Foucault será, portanto, um jogo antropológico. Em segundo lugar, e naquilo que se refere à utilização específica da obra de Foucault, o jogo consiste em elaborar as bases de um método, se por isso se entende uma certa forma de interrogação e um conjunto de estratégias analíticas de descrição. Nessa "dimensão metodológica" de meu trabalho, apresentarei exemplos pedagógicos concretos, tentando fazer com que o leitor imagine em detalhe sua realização prática. E tentarei explicitar o que significa focalizá-las com um olhar construído na clave foucaultiana, como poderiam ser descritos com as ferramentas conceituais de Foucault, e quais seriam as perguntas que essa estratégia analítica permitida. Meu trabalho pretende ensaiar os limites e as possibilidades metodológicas de uma certa problematização foucaultiana da construção e da mediação pedagógica da experiência de si. Avançando já o esquema do capítulo, o que me proponho é sugerir uma perspectiva teórica, numa clave foucaultiana, para a análise das práticas pedagógicas que constroem e medeiam a relação do sujeito consigo mesmo: essa relação na qual se estabelece, se regula e se modifica a experiência que a pessoa tem de si mesma, a experiência de si. Para isso, e depois de uma introdução sobre o modo como a obra de Foucault pode contribuir para elaborar uma posição teórica e um [p.38] conjunto de regras metodológicas muito gerais, apresentarei brevemente certos exemplos extraídos de algumas de minhas pesquisas anteriores, com o objetivo de especificar tanto o objeto de análise quanto os princípios de descrição implícitos no enfoque teórico. Em continuação, explicitarei o conceito foucaultiano de "tecnologias do eu" e o contextualizarei, ainda que superficialmente, em relação à totalidade da obra de Foucault. Em terceiro lugar, e naquilo que seria já uma elaboração dos dispositivos pedagógicos nos quais se constrói e se medeia a experiência de si, introduzirei um modelo teórico no qual a experiência de si pode ser analisada como resultado do entrecruzamento, em um dispositivo pedagógico, de tecnologias óticas de auto-reflexão, formas discursivas (basicamente narrativas) de auto-expressão, mecanismos jurídicos de auto-avaliação, e ações práticas de autocontrole e auto-transformação. Minha aproximação tentará ser extremamente geral, sem ancoragens espaciais e temporais concretas, embora, obviamente, as modalidades concretas dos mecanismos óticos,
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Jorge Larrosa I y educación tecnologías Las Salinas Hector, fraternalmente La constante obsesión de Foucault es el tema del doble. Pero nunca es una doble proyección del interior, es, en cambio, un reflejo del exterior (Deleuze, 1991, p. l 05). Ste no es un trabajo de Arqueología del conocimiento o genealogía pedagógica en la escuela. Tampoco es una obra de historiador, psicólogo, filósofo o sociólogo de la educación. Tal vez usted puede designar como una obra de "teoría", si por eso nos referimos a un género de pensamiento y escrito que tiene como objetivo cuestionar y reorientar las formas dominantes del pensamiento y la escritura en un campo determinado. La etiqueta de "teoría" ha señalado, a veces, difícil función disciplinaria tratando de enriquecer o modificar los aparatos conceptuales de un campo, a través de la recontextualización de las ideas formuladas en otro lugar y para otros fines. Lo que sucedió con el psicoanálisis, el marxismo o el estructuralismo en los últimos años, cuando fueron utilizados como nuevas ideas y lleno de posibilidad en casi todos los campos de conocimiento o cuando su uso ha rediseñado las relaciones disciplinarias establecidas, puede ser un buen ejemplo. "Teoría", en estos casos, es algo así como reorganizar la biblioteca, poner algunos otros textos, que no tienen nada que ver y producir un nuevo efecto. Freud, Marx, Saussure o en este caso, Foucault, son seleccionados porque "dan qué pensar", ya que permiten "pensar diferente", explorar nuevos caminos, ensayar nuevas metáforas. En General, estos pensamientos y ejercicios de escritura asumen un doble juego. Por lo que puede permitir que, a veces un doble beneficio, pero, al mismo tiempo, un doble riesgo. Esto sucede a veces se juega con dos cubiertas: la cubierta de la estrategia analítica, aquí el trabajo de Foucault, y la cubierta de los convenios, los intereses y las posibilidades de [p. 36] de un campo de estudio, educación, en este caso. Se trata de una obra de "teoría de la educación", si por eso pedimos un pequeño ejercicio que consiste en poner algunos libros de Foucault junto a las formas convencionales de pensar algunas prácticas educativas y ensayar la fecundidad de tal asociación. Aunque para eso tenemos que hacer algún tipo de violencia a ambos y Foucault como "empíricos" de objetos que, en sus descripciones habituales, tomando como material de trabajo. Pero esto es doble riesgo que siempre implica este tipo de juego. Voy a jugar la segunda cubierta, de la educación, a la vez muy general y muy particular. Muy general, por qué no estableceré temporal o geográfica cualquiera corta, tampoco cualquier delimitación con respecto a la educación de "sector" tomada como objeto de análisis. Lo único que voy a hacer es establecer un sesgo en relación con el tipo de prácticas pedagógicas que tendrá en cuenta. En General, se consideran aquellos en los cuales produce o transforma la experiencia que las personas tienen de sí mismos. ¿Mi trabajo intenta brindar herramientas teóricas "pensar diferente" pedagógicas las relaciones tan aparentemente dispares como los que lo hacen en una lección de educación moral, en una escuela de Educación de adultos en una clase universitaria de filosofía de la educación en el desarrollo de una investigación "práctica" en un curso universitario, y por qué no? en terapia de grupo, en las reuniones de un grupo político o religioso, en una conversación entre un padre y un hijo, un educador de calle y uno de sus 'chicos', etc. La única condición es que ellos son las prácticas pedagógicas, en que lo importante no es si aprendes algo "afuera", un cuerpo de conocimientos, pero que producen o reelabore algún tipo de relación reflexiva de "educarse". En este sentido, mi tesis es que la forma básica de estas prácticas, que es común a todos ellos, es algo muy simple. Si dejamos de lado el contenido específico de cada objetivos particulares en cada caso (en términos de Bernstein, el "qué" de la transmisión), y fijar solamente en la forma del dispositivo (el "cómo" de la enseñanza), la similitud es asombrosa. Pero, por otro lado, mi acercamiento a intentar ser muy concreto. Voy a intentar ofrecer algunos marco de descripciones relativamente detalladas de las diferentes modalidades en que puede realizar este dispositivo general. Porque, aunque es notable la similitud estructural, la diversidad de posibles logros es casi interminable. Por lo tanto esto es mostrar la lógica General de los dispositivos pedagógicos para construir y median la relación del sujeto a sí mismo, como si fuese una gramática susceptible de muchos logros. Con respecto a la primera cubierta, la estrategia analítica foucaultiana, mi juego será, también, al mismo tiempo, muy general y muy particular. Intente, en primer lugar, elaborar sobre la base de este trabajo una aproximación teórica que permite reconsiderar lo que creo que son dos fuertemente atrincherados gobernando las clases en las inercias del campo pedagógico. La primera es su fuerte dependencia de un pensamiento antropológico o modo, [pág. 37] lo que es lo mismo, la creencia arraigada de que es una "idea" y un proyecto de "logro humano" que se basa en la comprensión de la idea de la educación y la planificación de las prácticas educativas. La segunda ocultación de la propia pedagogía como operación constitutiva, es decir, como personas y la creencia arraigada de que las prácticas educativas son simples "median", donde están los "recursos" para el "desarrollo" de los individuos. Que estamos tratando, en la que la pedagogía productiva de parte las inercias en la fabricación permite individuos-en este caso, los individuos mientras que dotado de una cierta experiencia de si-sistemáticamente es elidido. Lectura de Foucault, por lo tanto, es una lectura muy simplificada de Foucault antropólogo ou, melhor dito, do Foucault que pode ser colocado em relação com a antropologia. O Foucault que tentarei colocar em relação com as práticas pedagógicas nas quais se constrói e modifica a experiência que os indivíduos têm de si mesmos é o que trabalhou numa "antologia histórica de nós mesmos", justamente através do estudo dos mecanismos que "transformam os seres humanos em sujeitos". É nesse sentido que se pode utilizar a obra de Foucault para questionar as inércias teóricas das quais falava antes: não porque implique uma teoria diferente do que é a pessoa humana como sujeito, como capaz de certas relações reflexivas sobre si mesma, mas porque mostra como a pessoa humana se fabrica no interior de certos aparatos (pedagógicos, terapêuticos,...) de subjetivação. A dimensão mais geral da educação que este trabalho pretende reconsiderar tem a ver com a antropologia da educação, isto é, com as teorias e práticas pedagógicas enquanto produtoras de pessoas. O jogo mais geral com a obra de Foucault será, portanto, um jogo antropológico. Em segundo lugar, e naquilo que se refere à utilização específica da obra de Foucault, o jogo consiste em elaborar as bases de um método, se por isso se entende uma certa forma de interrogação e um conjunto de estratégias analíticas de descrição. Nessa "dimensão metodológica" de meu trabalho, apresentarei exemplos pedagógicos concretos, tentando fazer com que o leitor imagine em detalhe sua realização prática. E tentarei explicitar o que significa focalizá-las com um olhar construído na clave foucaultiana, como poderiam ser descritos com as ferramentas conceituais de Foucault, e quais seriam as perguntas que essa estratégia analítica permitida. Meu trabalho pretende ensaiar os limites e as possibilidades metodológicas de uma certa problematização foucaultiana da construção e da mediação pedagógica da experiência de si. Avançando já o esquema do capítulo, o que me proponho é sugerir uma perspectiva teórica, numa clave foucaultiana, para a análise das práticas pedagógicas que constroem e medeiam a relação do sujeito consigo mesmo: essa relação na qual se estabelece, se regula e se modifica a experiência que a pessoa tem de si mesma, a experiência de si. Para isso, e depois de uma introdução sobre o modo como a obra de Foucault pode contribuir para elaborar uma posição teórica e um [p.38] conjunto de regras metodológicas muito gerais, apresentarei brevemente certos exemplos extraídos de algumas de minhas pesquisas anteriores, com o objetivo de especificar tanto o objeto de análise quanto os princípios de descrição implícitos no enfoque teórico. Em continuação, explicitarei o conceito foucaultiano de "tecnologias do eu" e o contextualizarei, ainda que superficialmente, em relação à totalidade da obra de Foucault. Em terceiro lugar, e naquilo que seria já uma elaboração dos dispositivos pedagógicos nos quais se constrói e se medeia a experiência de si, introduzirei um modelo teórico no qual a experiência de si pode ser analisada como resultado do entrecruzamento, em um dispositivo pedagógico, de tecnologias óticas de auto-reflexão, formas discursivas (basicamente narrativas) de auto-expressão, mecanismos jurídicos de auto-avaliação, e ações práticas de autocontrole e auto-transformação. Minha aproximação tentará ser extremamente geral, sem ancoragens espaciais e temporais concretas, embora, obviamente, as modalidades concretas dos mecanismos óticos,
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Jorge Larrosa I Tecnologías y Educación
La Hector Salinas, fraternalmente
La obsesión constante de Foucault es el doble tema. Pero el matrimonio no es una proyección del interior, es más bien una interiorización exterior (Deleuze, 1991, p 05).
E sta no es una arqueología del conocimiento ni la escuela genealogía pedagógica. Tampoco es de un historiador de trabajo, psicólogo, filósofo o sociólogo de la educación. Podría ser designado como una obra de "teoría", si por ello entendemos un género de pensamiento y escritura que tiene la intención de cuestionar y reorientar las formas dominantes de pensar y escribir en un campo particular. Una etiqueta de "teoría" ha designado a asignación de trabajo disciplinaria veces es difícil tratar de enriquecer o modificar el aparato conceptual de un campo, a través de la recontextualización de las ideas formuladas en otros lugares y para otros fines. ¿Qué pasó con el psicoanálisis, el marxismo y el estructuralismo en los últimos años, cuando fueron utilizados como nuevas ideas y lleno de posibilidades en casi todos los campos del conocimiento, o cuando su uso se ha rediseñado las relaciones disciplinarias establecidas, puede ser un buen ejemplo. "Teoría" en estos casos es algo así como la reorganización de una biblioteca, poner algunos textos junto con otros, con los que no tienen aparentemente nada que hacer, y producir así un nuevo sentido de propósito. Freud, Marx, Saussure o en este caso, Foucault, se seleccionan porque "dan que pensar", porque permiten "pensar diferente", explorar nuevas direcciones, explorar nuevas metáforas. En general, estos ejercicios de pensamiento y escritura asumen una doble matanza. Así puede permitir, a veces un doble beneficio, sino que implican al mismo tiempo, un doble riesgo. Y es que a veces juega con dos barajas: la cubierta con la estrategia analítica, aquí la obra de Foucault, y la cubierta de las convenciones, los intereses y [p. 36] posibilidades de un campo de estudio, la educación, en este caso. Esta es una obra de la "teoría de la educación" si se designa un ejercicio menor es poner los libros de algunos Foucault junto formas convencionales de pensar algunas prácticas y pruebas de la posible fecundidad de tal asociación educativos. Aunque para esto tiene que hacer algo de violencia tanto E
Foucault como el objeto "empírica" que, en sus descripciones habituales, se toma como material de trabajo. Pero este es el doble riesgo que implica siempre este tipo de juego. Voy a jugar la segunda cubierta, la educación de una manera tanto tiempo muy general y muy específica. Muy en general, ¿por qué no establecer ninguna grieta temporal o geográfica, ni tampoco ninguna delimitación con respecto a la educación "sector" se toma como objeto de análisis. Lo único que voy a hacer es establecer un sesgo en el tipo de prácticas docentes que considerar. En general, creo que aquellos en los que se produce o transforma la experiencia que las personas tienen de sí mismos. Mi trabajo intenta ofrecer herramientas teóricas para "pensar diferente" las relaciones pedagógicas tan aparentemente dispares como los que figuran en una clase de educación moral en una clase de educación de adultos en una conferencia de la universidad Filosofía de la Educación para la preparación de una obra "Investigación sobre la práctica" en un curso universitario en el Maestro y, por qué no?, en un grupo de terapia, las reuniones de un grupo político o religioso, en una conversación entre un padre y un hijo, un educador de calle y uno de sus "muchachos", etc. La única condición es que son las prácticas pedagógicas, en la que lo que importa no es lo que se aprende algo "fuera", un conjunto de conocimientos, sino que produce o reelabore algún tipo de relación reflexiva de "educar" a sí mismo. Mi tesis en este sentido es que la forma básica de estas prácticas, que es común a todos ellos, es algo muy sencillo. Si dejamos de lado el contenido específico de cada uno de ellos, los objetivos particulares de cada caso (en términos de Bernstein, el "qué" de la transmisión), y se centran sólo en la forma del dispositivo (el "cómo" de la pedagogía), el similitud es sorprendente. Por otro lado, mi enfoque también intentará ser muy específico. Trato de proporcionar el marco para algunas descripciones relativamente detalladas de los diferentes modos en que este dispositivo general puede hacerse realidad. Porque a pesar de la similitud estructural es notable, la diversidad de los posibles logros es casi interminable. Por lo tanto, es mostrar la lógica general de los dispositivos pedagógicos que construyen y median en la relación del sujeto a sí mismo, como una gramática susceptibles de múltiples logros. Con respecto a la primera cubierta, la estrategia analítica Foucault también lo hará mi juego, al mismo tiempo, muy grande y muy específica. Lo intento, primero, a desarrollarse a partir de este trabajo un enfoque teórico que me permite reconsiderar lo que parecen ser dos inercia fuertemente arraigada en el campo educativo. La primera es su fuerte dependencia de una manera antropológica del pensamiento o, [p.37] lo haré lo mismo, la creencia arraigada de que es una "idea hombre" y un proyecto de "logro humano" que subyace comprensión de la idea de la educación y la planificación de las prácticas educativas. El segundo ciego de su propia pedagogía como una operación constitutiva, es decir, como productor de las personas, y la creencia arraigada de que las prácticas de crianza son mero "mediador", donde usted tiene los "recursos" para el "desarrollo" de los individuos. Se trata de la inercia, en la que la producción de papel de la pedagogía en la fabricación de las personas activas - en este caso de los individuos como dotado con una cierta experiencia que - se suprime de forma sistemática. Lectura, haré Foucault, por lo tanto, es una lectura muy simplificada de Foucault
antropólogo o más bien, el Foucault que se puede colocar en relación con la antropología. Foucault tratará de poner en relación con las prácticas pedagógicas en las que construyen y modifican la experiencia que los individuos tienen de sí mismos es lo que funcionó en una "antología histórica de nosotros mismos", sólo a través del estudio de los mecanismos que "transformar seres en sujetos humanos ". Es en este sentido que podemos utilizar el trabajo de Foucault para cuestionar la inercia teórica de la que hablaba antes: no porque implica una teoría diferente de lo que la persona humana como sujeto, al igual que ciertas relaciones reflexivas sobre sí mismo, sino porque muestra cómo la persona humana se fabrica dentro de ciertos aparatos (educativos, terapéuticos, ...) de la subjetividad. La dimensión más amplia de la educación que este trabajo tiene la intención de reconsiderar tiene que ver con la antropología de la educación, es decir, con las teorías y prácticas pedagógicas mientras que las personas que producen. El juego más amplio con la obra de Foucault será, pues, un juego antropológico. En segundo lugar, y en lo que se refiere al uso específico de la obra de Foucault, el juego consiste en desarrollar las bases de un método, si se quiere decir de una cierta forma de pregunta y una serie de descripción de las estrategias analíticas. En esta "dimensión metodológica" de mi trabajo, voy a presentar ejemplos concretos de enseñanza, tratando de conseguir que el lector imagine en detalle su realización práctica. Y yo trato de explicar lo que significa centrarse en ellos con una mirada construida en clave de Foucault, como podría ser descrito con las herramientas conceptuales de Foucault, y cuáles son las preguntas que esta estrategia analítica permite. Mi trabajo tiene como objetivo poner a prueba los límites y las posibilidades metodológicas de un cierto cuestionamiento de Foucault de la construcción y la mediación pedagógica de la experiencia misma. Ya el avance del capítulo esquema, lo que propongo es sugerir una perspectiva teórica, un Foucault clave, para el análisis de las prácticas de enseñanza que construyen y median en la relación del sujeto consigo mismo, esta relación que se establece, regula y cambios la experiencia que se tiene de sí mismo, la experiencia de uno al otro. Para ello, y después de una introducción sobre cómo la obra de Foucault puede ayudar a desarrollar una posición teórica y [p.38] conjunto de reglas metodológicas muy generales, voy a presentar algunos ejemplos breves de algunos de mi investigación anterior, con el fin de especificar el objeto de análisis como la descripción de los principios implícitos en el enfoque teórico. En la continuación, voy a explicar el concepto de "tecnologías del yo" y el contextualizarei de Foucault, aunque superficialmente, para el conjunto de la obra de Foucault. En tercer lugar, y lo que sería una elaboración de dispositivos pedagógicos sobre los que construye y media la propia experiencia, introducirá un modelo teórico en el que experimenta, es como resultado de la intersección, en un dispositivo pedagógico, de tecnologías ópticas auto-reflexión, formas discursivas (básicamente narrativas) de auto-expresión, mecanismos legales de auto-evaluación, y las acciones prácticas de auto-control y auto-transformación. Mi acercamiento a tratar de ser extremadamente general, sin anclajes espaciales y tiempo concreto, aunque, obviamente, las modalidades concretas de mecanismos ópticos,
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Jorge Larrosa tecnologías del yo y la educación
Héctor Salinas, fraternalmente
obsesión con constantes Eddy es el tema de la doble.Pero los dos no es una proyección del Interior, es, por el contrario, la internalización de fuera (Deleuze, 1991, pág. 05)."Este no es un trabajo de Arqueología del conocimiento, la enseñanza y la genealogía de la escuela.Es un trabajo de historiador, un psicólogo, unUn filósofo, sociólogo de la educación. Puede ser referido como un trabajo de "teoría", así que entender un tipo de pensamiento y escritura, que pretende la pregunta y redirigir las formas dominantes de pensamiento y escritura en un campo determinado.La etiqueta "teoría" se ha referido a que, a veces,Trabajar duro para atribuição disciplina que intenta conseguir rico o cambiar el aparato conceptual de un campo, a través de la recontextualiza Ação de las ideas formuladas en otro lugar, y para otros fines.Qué pasó con el psicoanálisis, marxismo y estructuralismo en los últimos años.Cuando se utiliza como nuevas ideas y lleno de posibilidad en casi todos los campos de conocimiento o cuando su uso ha rediseñado la disciplina de relaciones establecidas, puede ser un buen ejemplo ".La teoría ", en tales casos, es algo como para reorganizar una biblioteca, poner un poco de texto de los otros, que no tiene aparentemente nada que ver, y que, por tanto,Un nuevo efecto de sentido.Marx, Freud, Saussure o, en este caso, Foucault, son seleccionados porque piensan, "por que" pensar diferente ", explorar nuevas formas, probando nuevas metáforas.En general, estos ejercicios de pensamiento y escritura son un doble juego.Esto puede permitir que, a veces, un doble beneficio, pero implica, al mismo tiempo, un doble riesgo.Y ocurre que juega a veces con dos cubiertas: con la cubierta de la estrategia analítica, aqui el trabajo de Foucault, y la cubierta de las convenciones, los intereses y la [p. 36] las posibilidades de un campo de estudio, la educación, en este caso.Este es un trabajo de "teoria de la educacion"Si es llamado un año menos que es poner algunos libros de Foucault en el lado de las formas convencionales de pensar una práctica educativa y prueba de la fecundidad de esta asociación. Aunque para eso hacemos cualquier tipo de violencia tanto en el objeto y
Foucault "empírico", que, en su habitual descripciones, es tomado como el material de trabajo.Pero este es el doble riesgo que implica siempre ese tipo de juego.Voy a jugar la segunda cubierta, de educación, de un modo al mismo tiempo, muy general y muy específico.Muy general, por qué no vamos a evaluar cualquier recorte o hacer cualquier temporal o datos de delimitación con respecto al sector de la educación es tomado como objeto de análisis.La única cosa que va a hacer es crear un prejuicio en relación con el tipo de la práctica docente que será considerado.En general, se considera que produce o convierte la experiencia que las personas tienen de si mismos.¿Mi trabajo trata de proporcionar herramientas teóricas para "pensar diferente" las relaciones pedagógicas aparecen tan dispares como los que son una clase de educacion moral en una escuela de educación de adultos en una clase de la Universidad de filosofía de la educación, en la preparación de un trabajo de investigación sobre la práctica en un curso universitario de "maestro, por qué no?,En la terapia de grupo, en las reuniones de un grupo político o religioso, en una conversación entre un padre y un hijo, un maestro en la calle y uno de sus "hijos", etc. La única condición es que son prácticas de enseñanza, en la que lo más importante no es aprender algo "fuera", Un cuerpo de conocimientos, sino a desarrollar o reelabore alguna forma de relación reflexiva de educar a sí mismo.Mi tesis en este sentido es la forma básica de tales prácticas, que es común a todos ellos, es algo muy simple.Si dejamos de lado el contenido específico de cada uno de ellos, los objetivos en cada caso (en términos de Bernstein, el "Qué" de la transmisión), y consideramos que solamente la forma del dispositivo (en el "Cómo" de la pedagogía), la similitud es sorprendente.Pero, por otro lado,Mi enfoque será también muy específico.Me proporcionará el marco para algunas relativamente detalladas descripciones de las diferentes modalidades en las que este sistema puede ser alcanzado.Porque, aunque la similitud estructural es notable, la variedad de posibles realizaciones es casi infinita.Es, por tanto,Para mostrar la lógica general de dispositivos de enseñanza que construir y mediar en la relación de objeto a si mismo, como si se tratara de una gramática que es capaz de múltiples realizaciones.Con respecto a la primera cubierta, la estrategia analítica foucaultiana, mi juego también será al mismo tiempo, muy general y muy específico.Trataré en primer lugar.Elaborada a partir de este trabajo un enfoque teórico a reconsiderar qué me parecen dos muy encasteladas inercia en el campo de la educación.La primera es su fuerte dependencia de una antropología o manera de pensar, [p. 37] que la misma cosa.La creencia de que es un gran "hombre de ideas" y un proyecto de "logro humano" para la comprensión de la idea de la educación y la planificación de las prácticas educativas.El segundo ciego de su propia pedagogía como una operación, esto es, como un productor de gente, y las creencias arraigadas prácticas educativas son meros "mediadores",Dónde están los "recursos" para el "desarrollo" de los individuos.Estamos tratando en é rcias, en la que la función productiva de la pedagogía en la fabricación activo de personas - En este caso, de los individuos, mientras que tener una cierta experiencia de sí mismo - Es elidido sistemáticamente.La lectura de Foucault que, por lo tanto, es mucho más sencilla la lectura de Foucault
antropólogo o,En lugar, Foucault que puede ser colocado en relación con la antropología.El Eddy intentará poner en relación con las prácticas pedagógicas en la que construye y modifica la experiencia que las personas tienen de sí mismos es lo que trabajaba en un "Historical Anthology de nosotros mismos", concretamente mediante el estudio de mecanismos que pueden convertir a los humanos en el asunto ".Es en este sentido que si puedes usar el trabajo de Foucault cuestionar la teoría de la inercia que hablado antes: No porque se requiere de una teoría que es diferente de la persona humana como sujeto, como ciertas relaciones reflexivas sobre sí misma, sino porque muestra cómo la persona humana fabrica dentro de ciertos gadgets (educativo, terapéutico,...) de subjetivación.La dimensión más general de la educación que este texto debería considerar tiene que ver con la antropología de la educación, esto es, con las teorías y prácticas de enseñanza como productores de la gente.El juego en general con el trabajo de Foucault es, pues, un juego antropológico.En segundo lugar, y en relación con el uso específico de la obra de Foucault.El juego es para sentar las bases de un metodo, si es una cierta forma de consulta y un conjunto de estrategias analíticas de descripción. En esta "dimensión metodológica" de mi trabajo, voy a presentar el hormigón ejemplos didácticos, tratando de hacer que el lector imaginar en detalle su aplicación práctica.Y voy a intentar explicar lo que significa dirigir una mirada construida en clef foucaultiano, como podrían ser descritos con las herramientas conceptuales de Foucault, y cuáles son las preguntas que esta estrategia analítica.Mi trabajo tiene la intención de someter a prueba los límites y posibilidades de un determinado problema de construcción foucaultiana y mediacion pedagogica de la experiencia misma.En el esquema del capítulo, lo que propongo es sugerir una perspectiva teórica, una llave foucaultiano, para el análisis de las prácticas pedagógicas que construir y mediar en la relación de objeto a sí mismo:Esta relación que establece, regula y modifica la experiencia que la persona tiene de sí misma, de la propia experiencia.Para ello, y después de una introducción sobre cómo el trabajo de Foucault puede contribuir a la elaboración de una posición teórica y un (P.38) conjunto de normas metodológicas muy general.Voy a presentar brevemente algunos ejemplos extraídos de algunos de mis anteriores investigaciones, con el fin de especificar el objeto de análisis y de los principios de la descripcion, implícita en el enfoque teórico. Además, explicitarei el concepto foucaultiano "tecnologías del yo" y el contextualizarei, aunque superficialmente, en relación con todo el trabajo de Foucault.En tercer lugar, y lo que sería una compilación de material didáctico, que construye y mediador de la experiencia de sí mismo, cuando un modelo teórico en que la experiencia puede ser considerado como una consecuencia de la endogamia en un dispositivo pedagogico, tecnologías ópticas de auto - reflexión, formas de discurso (básicamente narrativas) auto - expresión.Mecanismos jurídicos de la auto - evaluación y acciones prácticas de autocontrol y auto transformación. Mi enfoque será muy general, sin especial, espacial y temporal específico, aunque, por supuesto, los métodos concretos de mecanismos ópticos.
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